Will Arte & Artesanato

O uso de fricção da pele no banho é um dos bons hábitos que deveríamos cultivar. Tanto por higiene quanto por saúde.

Além das escovas de sisal de diversas durezas, e da bucha vegetal inteira ou cortada disponível com abundância no mercado, o sal marinho numa granalatura esfoliante produz excelentes efeitos de fricção e limpeza. (Disponível no Atelier Will Arte).

A seguir, a transcrição a esse respeito no livro “Beleza Japonesa”

Banho de Fricção para a Elasticidade da Pele do Corpo

Só existe um segredo para ter a pele perolada, lustrosa e lisa, macia e translúcida como a de um bebê, e um corpo de contornos firmes, linhas esbeltas e sem pneus, gordurinhas e celulites: a fricção.

O banho japonês sempre foi uma arte desenvolvida ao máximo e compõe-se de dois rituais complementares, o da vigorosa fricção e o da prolongada imersão relaxante. Qualquer pessoa que visite um banho público ou spa de fontes quentes no Japão acompanhará o dinâmico desempenho desse processo de fricção-imersão.

A banhista senta-se em banqueta e dispõe sua coleção particular de esponjas, escovas, luvas de tecido, pedra-pomes, sabonetes, xampus e poções, enche sua pequena bacia com água de uma das diversas torneiras disponíveis e inicia a fricção preliminar de limpeza.

Primeiro passo

É prolongado e enérgico, uma limpeza ativa e minuciosa do corpo, da cabeça aos pés. Depois de terminar e enxaguar, ela entra na banheira para seu primeiro período de imersão, durante o qual repousará em estado de passiva contemplação, enquanto a água quente desfaz todas as tensões.

Ao terminar a primeira imersão, ela retorna a sua banqueta e dedica-se novamente à fricção. Desta vez, há a certeza de que a limpeza será mais profunda, pois a água quente e o vapor abriram os poros e começaram a estimular a eliminação de toxinas através da pele.

Segundo

“esfregação” pode ser completada sob um chuveiro frio ou apenas jogando um pouco de água fria sobre o corpo.

Agora mais rosada, ela novamente retorna à banheira, para outra imersão relaxante. Essa alternância se repetirá por quanto tempo se tiver disponível para o banho; em geral, não menos de trinta minutos e, com freqüência, por mais de uma hora.

O processo de fricção tem vários objetivos, sendo o mais óbvio o de limpeza e escamação – uma remoção completa de impurezas, toxinas e da camada superficial de células mortas, sem luminosidade.

Ao esfregar vigorosamente o corpo, também se realiza uma massagem que revitaliza a circulação e o metabolismo da pele, trazendo mais para perto da superfície o sangue e os nutrientes, o que promove um brilho de saúde e vitalidade. Acredita-se que essa massagem seja um excelente método de estímulo por pontos de pressão.

Em comparação com o ritual de fricção japonês, o banho no estilo ocidental, de limpeza superficial e breve com sabonete, parece rudimentar. Os japoneses se conscientizaram, há muito tempo, da importância primordial da limpeza interna e externa.

A pele é um órgão de eliminação e libera diariamente quase meio quilo de restos, através dos poros. O que acontecerá, não apenas à pele, mas também às artes menos visíveis do corpo, se esses “restos” não forem ativamente removidos?

Nada de celulite

Durante anos de banhos comunitários no Japão, jamais encontrei uma única mulher com celulite.

Os japoneses acreditam que a pele deva ser “trabalhada” a fim de evitar-se a formação de depósitos de gordura, de áreas mortas e frouxa da rigidez muscular provocada pelo acúmulo de tensões.

O banho japonês simboliza um ritual social, incluindo a muito apreciada esfregação de costas recíproca entre familiares e amigos.

Até as crianças pequenas esfregam as costas dos pais, aprendendo, na idade de dois ou três anos, que a fricção durante o banho é um elemento essencial e prazeroso da rotina diária.

Para beneficiar a circulação, aumentar a resistência a infecções e resfriados, para suavizar, alisar e revitalizar a pele, para refinar silhueta e tornar o organismo menos suscetível a friagens, deve-se fazer uma fricção de corpo inteiro diariamente, ainda que apenas por cinco minutos.

A cada dois ou três dias, é importante reservar um tempo especial para uma sessão mais longa, com alternância de fricção e imersão.

Limite da pele

A fricção deve sempre respeitar a pele. Ela precisa ser estimulante, não-abrasiva e não pode provocar irritações. Para isso, utilizam-se utensílios de textura apropriada para as diversas superfícies do corpo.

O iniciante nesta arte tem de começar com prudência e delicadeza. Com o tempo, a epiderme se torna mais resistente, permitindo uma fricção enérgica e entusiástica. No Japão, esse método é visto como um treinamento de tolerância, um processo de disciplina por meio do qual a pele fica mais saudável, firme e elástica.

Quase todo o corpo, com exceção do rosto, pode ser esfregado com uma escova de cerdas duras, uma luva de tecido ou uma bucha, ajustando-se a pressão à sensibilidade de cada área.

Os seios, as partes internas das coxas e dos braços exigem um toque mais delicado. Para os pés, joelhos e cotovelos, emprega-se pedra-pomes ou uma escova bem dura.

No rosto e no pescoço, aconselha-se a suavidade de uma escova ou esponja facial macia, da bolsa de tecido ou de uma esponja marinha.

Extraído do livro: Beleza Japonesa

Autora: Michelle Dominique Leigh

Editora Best Seller